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VUCA, BANI ou Jeitinho Brasileiro?

Foto do escritor: Camila SantosCamila Santos

VUCA, BANI, afinal o que estes acrônimos dizem sobre o futuro do trabalho e especialmente como se relacionam com nosso perfil: O BRASILEIRO!

Somos conhecidos como a nação do jeitinho, sem dúvidas este não é um título a ser comemorado, mas merece nossa analise, afinal tudo tem seus prós e contras.

Vale recapitular que o conceito de mundo VUCA surgiu no cenário pós guerra fria onde a tecnologia começava a transformar nossa relação com os negócios, o acrônimo que significa


  • · V- Volatilidade

  • · U- Increteza

  • · C- Complexidade

  • · A- Ambiguidade


Trazia em sua essência o alerta de que precisávamos nos reinventar, era o momento de repensar as formas de gerir, colocar o humano em primeiro lugar, ser flexíveis para novas ideias e conceitos, ter visão mais estratégica do mundo e claro ter clareza para defender novos planos além de celebrar as pequenas vitórias visto que as conquistas já não eram tão previsíveis como antigamente.

Quando pensamos estar bastante evoluídos e ágeis o acrônimo ganhou um sucessor o BANI


  • · B- Frágil

  • · Ansioso

  • · N- Não linear

  • · I- Incompreensível


Com a chegada da pandemia e a necessidade de descobrir novas formas digitais de se relacionar, trabalhar e aprender vimos a volatilidade dar espaço à fragilidade, o que hoje é certo amanhã pode ter que ser revisto às pressas, para seguir competitivo é preciso ter resiliência e ciência de que todo o planejamento pode se desfazer a qualquer momento.

Tal fragilidade intensificou nossos níveis de ansiedade, afinal estar disponível a todo momento, receber infinitas informações, ter que tomar decisões sob a responsabilidade de prever o imprevisível uma vez que não temos e nem teremos capacidade de processamento de dados como a de uma máquina testou nossa capacidade inclusive de saúde mental, isso sem contar nas incessantes demandas de ainda ter que ser bons filhos, bons pais, bons alunos, fazer exercícios, comer saudável, meditar, sorrir, dar e receber feedback, uau quantas expectativas, quantas responsabilidades, quantos sonhos, quantos fracassos, ansiedade, ansiedade e mais ansiedade...

Não bastasse os itens anteriores, assistimos também a chegada da não linearidade em nossas vidas, diferente do que pregamos a vida toda de que é preciso tomar ações pensando nas reações, a equação já não é tão previsível visto que novas ferramentas, novos comportamentos e novas atitudes podem não culminar em resultados esperados ou sequer conhecidos, para lidar com este cenário precisamos mais do que nunca rever nossos conceitos de empatia e adaptabilidade, afinal a comunicação e compreensão do todo farão a diferença para tomar decisões ágeis e acertadas.

E para tornar nosso desafio ainda maior nos vemos frente a um mundo incompreensível onde apesar das inúmeras analises que possamos tecer sobre fatos históricos precedentes ou evoluções comportamentais a realidade é que assim como o grande filósofo Sócrates, quanto mais sabemos, mais compreendemos que nada sabemos, e que para sermos constantemente a melhor versão de nós mesmos primeiramente devemos assumir nossas fragilidades, demonstrar as vulnerabilidades e vivenciar cada instante como se fosse único pois ele de fato é.

O conceito de lifelong learn nunca se adequou tanto afinal, se precisamos lidar com um mundo tão instável e em constantes mudanças, aprender é uma constante e não um evento único que nos concederá um papel enquadrado na parede.

Visto que a reflexão é intensa decidi compilar alguns skills cruciais para lidar com este novo mundo em constante e ágil mutação:


  • · Empatia em primeiro lugar antes de tomar qualquer decisão, esta sem dúvidas é uma das chaves para o sucesso da evolução humana

  • · Resiliência, afinal fracassos serão inevitáveis e cruciais para o avanço, caia rápido e aprenda rápido

  • · Respeite as diferenças, abra os olhos para o novo e esteja atendo as vulnerabilidades

  • · Criatividade sem dúvidas é o skill do século, o analfabeto não é aquele que não sabe ler e escrever, mas aquele que não sabe desaprender e aprender algo novo

  • · Transparência, afinal em um mundo não linear é preciso tentar compreender de onde vem as coisas e onde gostaríamos que fossem, e isso serve para celebrar pequenas conquistas ou dividir os ônus dos fracassos para seguir uma jornada mais fluida

  • · Menos TER e mais EXPERIÊNCIA, percebemos que nossa essência e valores importam mais do que bens materiais e este sem dúvidas é um caminho sem voltas, queremos viver com qualidade e a experiência nos proporciona este novo ângulo para ver a vida


E para finalizar, gostaria de provocar uma reflexão, talvez você tenha lido este texto com um viés corporativo ou aplicado a negócios, mas e que tal se pensar que o mundo BANI se aplica a tudo?

Repense a sua relação familiar, sua relação com instituições de ensino, sua relação com os amigos e por que não relações amorosas e até mesmo a relação com você mesmo, você se respeita? Sabe suas vulnerabilidades, erra e se levanta rapidamente? Você está preparado para o novo mundo incerto?

Ah e sobre o Brasileiro e o jeitinho, será que o tal jeitinho não pode se transformar em agilidade e criatividade aplicada? Será que podemos olhar para o país mais como protagonistas e menos como figuras passivas de um sistema governamental desorganizado? O que nos impede de ser um dos países mais prósperos do mundo? Acredito que assim como em uma empresa que não é feita de suas paredes e sim de suas pessoas, cultura, crenças valores e objetivos é o país, então, qual é seu papel neste tabuleiro?


Pense nisso!


Camila Santos - Idealizadora - BUSINESS ON THE ROAD

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by Camila Santos

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